Os resíduos agrossilvopastoris (RASP) são aqueles gerados nas atividades agropecuárias (ex.: palhada de milho, casca de arroz) e silviculturais (ex.: serragem, maravalha, resíduos de serraria), incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades (como embalagens de fertilizantes e de agrotóxicos).

Também são consideradas agrosilvopastoris os resíduos das agroindústrias associadas a estas atividades, como os das usinas de açúcar e álcool, indústrias de sucos, abatedouros e indústria de papel e celulose. 

Grande parte dos resíduos agrossilvopastoris é orgânica e se incorpora naturalmente no solo no solo por meio do ciclo da matéria orgânica, principalmente nas atividades agrícolas, na pecuária extensiva e nas atividades de corte de árvores. Os resíduos que merecem mais atenção e cuidados ambientais são aqueles onde a geração é mais concentrada, como a pecuária intensiva e as agroindústrias associadas, além dos resíduos inorgânicos, sujeitos à logística reversa (ex.: embalagens de agrotóxicos e de produtos veterinários). 

QUANTO SE GERA NO BRASIL

Com base nos índices de produção agropecuária e silvicultura para o ano de 2015, verifica-se que   a estimativa de geração de RASP no Brasil foi de aproximadamente 775 milhões de toneladas.

IMPORTÂNCIA DOS RESÍDUOS AGROSSILVOPASTORIS PARA A CONSERVAÇÃO DO SOLO

Como a maior parte dos resíduos agrossilvopastoris é orgânica, fazem parte do ciclo biológico da matéria orgânica.  A matéria orgânica é sintetizada pelos processos metabólicos dos seres vivos (animais, plantas, fungos), são decompostos naturalmente pela micro vida presente nos solos, que disponibiliza seus nutrientes (como nitrogênio, potássio, fósforo, cálcio, entre outros) para serem reabsorvidos por plantas e outros micro e macroorganismos. A camada mais fértil dos solos saudáveis é justamente a camada mais superficial, que é rica em matéria orgânica. Quando esta camada é perdida, o solo perde sua fertilidade e capacidade de abrigar uma maior diversidade e complexidade de formas de vida.

Resíduos agrossilvopastoris e seu potencial energético

Em relação à destinação dos resíduos gerados na produção agrícola, importante destacar o potencial energético de tais resíduos, considerando a produção a partir do biogás.

De acordo com a ABIOGÁS – Associação Brasileira do Biogás, em 2019, o potencial brasileiro de produção de biogás nos setores sucroenergético e da agroindústria era de 40,6 bilhões Nm3/ano e de geração de energia é de 157,27 mil GWh/ano.